quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Aruê das Gerais: uma forma de manter vivo o brilho da cultura afro.


Tradicional em Belo Horizonte, o grupo Aruê das Gerais, do Conjunto Mariano de Abreu, realizou ontem no MOPS o último ensaio para a apresentação que acontecerá hoje, na Praça Sete, centro de BH, a partir das 14 horas, em comemoração ao Dia da Consciência Negra. O ensaio foi registrado pela Puc Minas e será exibido hoje às 18:30hs na TV Horizonte, canal 19.

A foto mostra uma apresentação do grupo na entidade em outra ocasião.

Dança, canto e percussão fazem parte, há vinte e um anos, da rotina da comunidade do bairro graças ao trabalho da Associação Cultural Aruê das Gerais. O grupo cultural foi fundado em 1985. Idealizado pela coreógrafa e coordenadora Rosângela Goulart, o Aruê surgiu logo após a extinção do grupo Quilombo das Gerais, do qual participava como dançarina. O nome do grupo nasceu de uma música de capoeira, chamada "Aruê", contida no LP intitulado "Cordão de Ouro". O significado da palavra Aruê é brilho e o objetivo do grupo é manter as raízes da cultura afro-brasileira, tendo como manifestações o canto, a dança e a percussão.

Rô Fatawá, como Rosângela é conhecida, conta que, no começo, o grupo contava com quatro integrantes somente e o desejo inicial era trabalhar com a dança e cantos de dialetos africanos. Porém, a dificuldade de encontrar alguém que pudesse realizar as traduções para o português acabou por vetar a idéia, fazendo com que o Aruê das Gerais optasse por trabalhar a cultura afro-brasileira.

Para fazer a representação da história do negro no Brasil, o grupo realiza pesquisas em livros e através de filmes como "A cor púrpura" e "Um Príncipe em Nova York", além da tradição oral, na qual os conhecimentos são compartilhados entre os integrantes.

A coreógrafa, que faz parte do Movimento Negro Unificado de Belo Horizonte, realça a importância do trabalho artístico e cultural realizado pelo grupo: "Existe essa preocupação de manutenção das tradições de matriz africana, de retratar e resgatar a memória dos nossos ancestrais, revivendo a história do negro no Brasil, através da resistência", afirma. Além do Aruê das Gerais, o Movimento Negro Unificado de Belo Horizonte tem membros de grupos como Negras Ativas, Quilombola e Berimbrown, conhecidos na cena local pelo trabalho artístico. (www.favelaeissoai.com.br)

Vale conferir!

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